30/03/2016

Os três anos de Francisco


Os três anos de Francisco


Maria Clara Bingemer


Faz três anos que a fumaça branca subiu na chaminé do Vaticano e a multidão que aguardava se rejubilou. Três anos que a figura simpatico, vestida de branco e sem nenhum adereço, apareceu no balcão após o anúncio de que a Igreja tinha um Papa. Há três anos todos escutamos a impecável teologia de quem se apresentava como bispo de Roma, igreja que preside todas as outras na caridade. E que jocosamente dizia vir do "fim do mundo". Três anos que o mundo se deslumbrou com a humildade de quem, em lugar da bênção que todos esperavam, inclinou a cabeça e pediu uma oração.

Nesses três anos de pontificado, o Papa Francisco tem feito um caminho renovador, inovador e decidido. Como era de se esperar, amado por muitos e não tão querido por outros. Porém, a marca de seu pontificado está aí, presente e inspiradora, com conquistas inegáveis. É necessário não perder de vista. Uma delas é sua teologia. Sim, o Papa Francisco tem uma teologia que preside seu agir e seus discursos. E, embora não seja um acadêmico, esta teologia é sólida e configura o seu modo de agir enquanto bispo de Roma.

A teologia do Papa vem de duas principais fontes: os Exercícios Espirituais de Santo Inácio – em cuja escola foi formado enquanto jesuíta - e a Teologia do Povo (Teologia del Pueblo), que aprendeu e viveu durante seu ministério como bispo e arcebispo de Buenos Aires, nos bairros pobres, as villas misérias, com padres e agentes de pastoral que ali davam o melhor de si para que todos tivessem mais vida.

Dessas duas fontes podemos apontar alguns pontos centrais do que seria a teologia do Papa Francisco, ou seja, sua maneira e estilo de pensar a fé e propô-la aos fiéis de Roma, de quem é pastor ordinário e também urbi et orbi, como chefe da Igreja Católica.

Da primeira – os Exercícios Espirituais- podemos destacar a centralidade da pessoa de Jesus Cristo, não somente proposto com a palavra, mas com a vida. O Papa busca atuar exatamente como o faria Jesus: aproximando-se das pessoas, tocando suas feridas, consolando, não julgando, mas amando. Quem passou pela experiência dos Exercícios de Santo Inácio sabe quanta importância dá o santo a esta contemplação próxima e afetiva da pessoa de Jesus, a fim de que o exercitante seja totalmente configurado por ela e se converta assim em outro Cristo. Podemos dizer, sem medo, que a teologia do Papa gira inteiramente ao redor de Jesus Cristo e seu Evangelho, do qual se autocompreende como mensageiro na alegria. E uma teologia cristocêntrica.

Além disso, está sua compreensão da vida cristã como fundamentalmente missionária. A espiritualidade inaciana é eminentemente apostólica e missionária, tendo como modelo e inspiração Jesus e o colégio apostólico, enviados e conduzidos pelo Espírito a anunciar a boa notícia do Reino de Deus. Nessa chave se devem entender alguns convites que recebeu para vistar "uma igreja em saída", um "hospital de campanha" etc. Assim também algumas de suas palavras de ordem: "Quero movimento", dirigindo-se a sacerdotes ou leigos, e animando-os a sair da zona de conforto e ir ao encontro das pessoas.

A teologia do Papa é marcada pela missão que começa no seio da Trindade com o envio do Filho e prossegue hoje com os cristãos chamados a encarnar-se inteiramente entre os pobres e necessitados de toda espécie. É, pois, uma teologia missionária.

Da experiência nas periferias marginalizadas de sua arquidiocese e da teologia do povo, destacaríamos a mística da alegria de ser povo. Aí se encontram e cruzam os Exercícios Espirituais com a teologia do povo, para configurar a teologia de Francisco. Quando fala do gozo e da alegria do Evangelho, Francisco está tratando de transmitir que o encontro com o Senhor nos rostos do povo fiel é a fonte de consolação espiritual de todo batizado, de todo cristão. Aí na comunidade eclesial, no povo santo de Deus, o cristão é chamado a encontrar-se com seu Senhor e servi-lo nos outros. Aí este mesmo Senhor se lhe revelara produzindo a verdadeira alegria, gratuita e abundante, que brota de sua espiritualidade mais profunda. É uma teologia ancorada no povo de Deus e sua mística.

A questão dos pobres e do povo como mestres e lugar iniludível de pertença e espiritualidade é outro traço de sua teologia. Segundo o Papa e por experiência própria, os pobres são mestres espirituais daqueles que os servem. Por sua simplicidade, sua esperança contra toda dor e sofrimento, sua abertura a Deus e aos outros em solidariedade ativa, os pobres desenvolvem uma verdadeira mística que só pode adquirir-se e aprender por contágio, estando imerso no meio deles, servindo-os, crendo com eles e amando-os na alegria do Evangelho.

Assim, discípulos desta teologia papal, encontramo-nos todos no umbral da entrada de Jesus em Jerusalém. Possa a teologia de Francisco ajudar-nos a segui-lo sem vaidade diante das aclamações da multidão e assumir sem medo sua via sacra. E não nos esqueçamos de agradecer a Deus que nos deu um Papa segundo seu coração. Que possamos aprender de sua teologia e traduzi-la em vida plena e abundante para todos.

Maria Clara Bingemer
é teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. É autora de diversos livros, entre eles, ¿Un rostro para Dios?, de 2008, e A globalização e os jesuítas, de 2007. Escreveu também vários artigos no campo da Teologia

http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artId=5803



Prisão de Jesus (Lc 22,39-53)

Prisão de Jesus (Lc 22,39-53) 


Ildo Bohn Gass


Enquanto estava em Jerusalém, Jesus passava o dia ensinando no templo e pernoitava no monte chamado das Oliveiras (Lc 21,37). Depois de celebrar a ceia com os doze, nosso texto começa dizendo que, como de costume, foi para o monte das Oliveiras (Lc 22,39). Só que agora, Judas Iscariotes conhecia o lugar onde Jesus passava a noite com seu grupo. E Jesus sabia que Judas deixara se subornar pelos sumos sacerdotes e que estava fazendo o jogo deles para o entregar. Nesta, que é a sua noite derradeira, ele está diante de duas opções, uma vez que está iminente a possibilidade de ser capturado pela cúpula do templo, sumos sacerdotes e anciãos, amparada pelos comandantes da guarda do templo (Lc 22,52). João lembra que também um batalhão romano reforçava o aparato repressivo (Jo 18,3). Jesus ainda tinha tempo de desistir do projeto do Pai e tentar salvar a sua própria pele. E esta foi sua última tentação: Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice (Lc 22,42a). No entanto, ele decidiu ser fiel até o fim: contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua (Lc 22,42b), mesmo que essa opção lhe custasse a vida.

Na primeira parte da narrativa (Lc 22,39-46), encontramos Jesus resistindo contra sua última tentação. E resistiu sozinho, pois nem recebeu o apoio de seus discípulos, que dormiram em vez de orar com ele, apesar de sua insistência (Lc 22,40.46). E era preciso muita força para vencer a tentação de não ser fiel à missão para a qual o Espírito do Senhor o havia ungido (Cf. Lc 4,18-19). Então, solitário e com profunda angústia humana, Jesus busca na comunhão com o Pai, na oração, as forças para perseverar até o fim e, apesar de uma situação tão extrema, revelar em suas atitudes o agir do próprio Pai (Lc 22,41.44.45).

Na segunda parte (Lc 22,47-53), uma vez vencida a tentação de desistir, temos o relato da covarde prisão de Jesus pelas autoridades do templo à noite, para que o povo nada percebesse (Lc 22,2; 20,19). Judas, com a saudação usual entre amigos, traiu seu mestre com um beijo, identificando quem deveria ser preso. Os discípulos reagem com violência. Jesus, no entanto, recusa a violência e, para além disso, ainda cura o ferimento na orelha do servo do sumo sacerdote (Lc 22,50-51). Assim, Jesus mesmo dá o exemplo de amor aos inimigos, de fazer o bem aos que vos odeiam, de falar bem dos que falam mal de vós e de orar por aqueles que vos caluniam (Lc 6,27-28). Jesus também desmascara a covardia das autoridades. Se ele fazia o confronto abertamente no templo, anunciando a verdade do Evangelho, anciãos, a elite econômica, e sumos sacerdotes, a elite religiosa, entretanto, fugiam das verdades do Reino para prendê-lo com espadas e paus às escondidas como se fosse um bandido (Lc 22,52-53). Naquele tempo e ainda hoje, esse é o comportamento hipócrita de quem está no poder, fazendo tudo para garantir seus privilégios, sejam religiosos, políticos ou econômicos. Eles acusam de hereges, terroristas, desordeiros e vagabundos a quem luta por justiça e vida digna para todas as pessoas.

Para perseverar na fidelidade a Jesus e a seu projeto, além da força da comunidade que celebra a partilha ao redor da mesa, é fundamental uma vivência pessoal de oração, de íntima comunhão com o Espírito de Deus, a fim de não cairmos na mesma tentação de Pedro: 'Mulher, eu nem o conheço!' 'Não, homem, eu não!' 'Homem, não sei de que estás falando!' (Lc 22,57-60). E quando cedemos diante das tentações, importa ter a mesma atitude de Pedro, isto é, reconhecer a queda e mudar de vida (Lc 22,61-62).


*Por Ildo Bohn Gass, biblista e autor de diversos livros pelo CEBI, entre eles Quatro retratos do apóstolo Paulo e Satanás e os demônios na Bíblia 



Bem viver - perspectivas de uma utopia concreta

Bem viver - perspectivas de uma utopia concreta

Informações e inscrições: fepoliticaetrabalho@gmail.com




Programa bonito desta quarta!

Noventa anos do autor dos Estatutos do Homem. Thiago de Mello.

Programa bonito desta quarta!

Escuta, clicando no linque: https://www.mixcloud.com/C…/cantos-do-sul-da-terra-30032016/

Cantos do Sul da Terrade segunda a sexta, a partir da uma da tarde na FM Cultura - 107.7 (www.fmcultura.com.br).

27/03/2016

Igrejas cristãs se posicionam em defesa da democracia

Em nota, entidades católica, luterana, presbiteriana e anglicana ressaltam aspectos diferentes da atual conjuntura política do país. O elemento em comum entre elas é a defesa da democracia, das instituições e das regras do Estado de Direito



Igrejas cristãs se posicionam em defesa da democracia

Entidades pedem que instituições sejam respeitadas e que diálogo político prevaleça
 25/03/2016
Por Rafael Tatemoto
Da Redação
Diversas igrejas cristãs têm se posicionado sobre o atual momento político vivido no país. Apesar de ressaltarem aspectos diferentes em relação à conjuntura, o elemento comum entre as manifestações é a defesa da democracia, das instituições e das regras do Estado de Direito.
 A Presidência do Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota, no dia 10 de março, em que afirma que “as manifestações populares são um direito democrático que deve ser assegurado a todos pelo Estado. Devem ser pacíficas, com o respeito às pessoas e às instituições. É fundamental garantir o Estado democrático de direito”.
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), entidade de caráter ecumênico, lançou manifesto– um dia após a manifestação da CNBB – em que incentiva o povo brasileiro a expressar, “diante da polarização estimulada por uma mídia partidarizada e tendenciosa, pacificamente, sua opinião e posição sobre o momento político que vivemos e evite o incentivo e a prática de qualquer tipo de violência e ilegalidade”.
“Precisamos, antes de tudo, preservar a nossa jovem democracia, o Estado de direito e as conquistas sociais que a sociedade brasileira alcançou nos últimos anos”, diz a nota do Conic.
Os luteranos, por meio do pastor presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, reforçaram o pedido por uma resolução democrática para a crise. “O Brasil conquistou a democracia a duras penas. Um dos componentes imprescindíveis para que a democracia cresça e floresça chama-se diálogo. Em lugar da palavra são colocados gritos, empurrões. Cresce o confronto a qualquer custo. Será que estamos esquecendo o que conquistamos a duras penas?”.
A Igreja Presbiteriana Unida, em manifestação, condenou a cobertura que a imprensa vem realizando sobre a Lava Jato. “Essa espetacularização de atividades meramente investigativas tem criado um caldo de cultura pernicioso, permeado pelo ódio ao que pensa diferente e que, caso não haja cautela da parte daqueles que conduzem tais investigações e da elite política deste país, poderá se degenerar e transformar nossas ruas em palcos de banhos de sangue”, afirmou em nota.
posicionamento mais contundente veio da Igreja Episcopal e Anglicana do Brasil (IEAB). O texto conclama o povo brasileiro a respeitar democracia, “construída a duras penas e banhada pelo sangue de homens e mulheres que deram a sua vida a serviço das causas libertárias de uma sociedade justa”. A IEAB afirma que investigações para o combate à corrupção “são legítimas somente quando existam provas concretas e quando garantem o direito à ampla defesa. Interesses corporativos de órgãos da grande mídia não podem e não devem ser ideologicamente seletivos e nem condenar a priori ninguém por causa de seu perfil ideológico”.
O documento insere ainda a dinâmica política brasileira no contexto internacional. “Este é um processo global e latino-americano que tem realizado mudanças políticas conservadoras, em prejuízo da ampla maioria do povo”.
Por fim, a nota pede que se “evite qualquer manobra de desconstrução do resultado das urnas” e o rechaço a “qualquer tentativa de retorno ao autoritarismo e a qualquer modelo que represente cerceamento dos direitos individuais e coletivos conquistados”.
http://brasildefato.com.br/node/34576

Morte e Ressurreição: Só ressuscita quem morre primeiro



Morte e Ressurreição: Só ressuscita quem morre primeiro 
(Lucas 23,44-24,12) 
Mesters e Lopes

Neste relato, Lucas conta como foram a morte, o enterro e a ressurreição de Jesus. Mas ele conta os fatos de tal maneira, que a gente consiga perceber a semente de esperança e de vida nova que pode nascer da crise, da dor e da morte. Na hora em que a luz bate nos olhos, tudo escurece. Na hora do parto, as dores se anunciam. Na hora da crise, o futuro se abre. Na hora da morte, a vida renasce.

O texto descreve o que se passou desde a morte e o enterro de Jesus até a experiência da sua ressurreição. Durante a leitura vamos prestar atenção no seguinte: “Quais são, um depois do outro, os acontecimentos descritos neste texto?”

SITUANDO

Os inimigos conseguem realizar o seu projeto. Matam Jesus. Vencem, usando o poder da força bruta. Vencem, mas não convencem! Não conseguem destruir nem abafar a bondade e o amor em Jesus. Pelo contrário! Lucas mostra como Jesus, exatamente enquanto está sendo vítima do ódio e da crueldade dos homens, revela a ternura de Deus e nos dá a “suprema prova do amor!” (Jo 13,1). Eis algumas frases de Jesus que só Lucas nos conservou e nas quais transparece a vitória da vida que a morte não conseguiu matar: “Desejei ardentemente comer esta páscoa com vocês” (22,15). “Façam isto em memória de mim!” (22,19). “Simão, rezei por você, para que não desfaleça a sua fé!” (22,32). Na hora da negação de Pedro, Jesus fixa nele o olhar, provocando o choro de arrependimento (22,61). No caminho do calvário, Jesus acolhe as mulheres: “Filhas de Jerusalém, não chorem por mim!” (23,28). Na hora de ser pregado na cruz, ele reza: “Pai, perdoa, porque não sabem o que fazem” (23,34). Ao ladrão pendurado na cruz a seu lado ele diz: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso!” (23,43). Estas frases nos dão os olhos certos para ler e saborear a descrição da morte, do enterro e da ressurreição de Jesus.

COMENTANDO

Lucas 23,44-46: A morte de Jesus

Jesus está pendurado na Cruz. A morte está chegando. Ao meio-dia, o sol escurece, as trevas invadem a terra. Estes fenômenos da natureza interpretam o significado da morte de Jesus. Simbolizam a chegada do Reino. O véu do san¬tuário rasgou-se ao meio. Terminou a vigência do Antigo Testamento, simboli¬zado pelo Templo, cujo véu separava Deus do resto do mundo. Pela sua vida, paixão, morte e ressurreição, Jesus trouxe Deus para perto de nós e revelou a sua presença em tudo que existe e acontece. Na hora de morrer, Jesus dá um forte grito. O grito do povo oprimido deu início ao primeiro êxodo (Ex 2,23-25), pois Deus escutou o grito do povo. Escuta também o grito de Jesus, fazendo com que se realize o novo êxodo. Jesus resume toda a sua vida dizendo: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Com esta frase do salmo (Sl 31,6), Jesus devolve ao Pai o Espírito que dele tinha recebido na hora do batismo (Lc 3,22).

Foi na força do Espírito que Jesus iniciou a sua missão. É na força do mesmo Espírito que ele a encerra.

Lucas 23,47-48: As reações diante da morte de Jesus

Um estrangeiro, centurião do exército romano, vendo o que acontecera na hora da morte de Jesus, faz uma profissão de fé: “Realmente, este homem era um justo!” Justo é aquele que realiza o objetivo da Lei de Deus. Jesus realizou a Lei, transgredindo normas inúteis, abrindo novos caminhos e acolhendo a todos, inclusive aos pagãos. A multidão, vendo o que tinha acontecido, volta para casa batendo no peito. Reconhece o erro que cometeu pedindo a conde-nação de Jesus.

Lucas 23,49: As testemunhas da morte de Jesus

Os amigos e as mulheres que o haviam acompanhado desde a Galileia per-manecem à distância, observando tudo. Testemunham que foi assim que Jesus morreu. Aqui, Lucas indica a fonte de onde recolheu parte do material que aca¬ba de contar.

Lucas 23,50-54: O enterro de Jesus

José de Arimateia, membro do Sinédrio, que não concordara com a conde-nação de Jesus, cuida do enterro. Jesus é enterrado num sepulcro novo, talhado na rocha. Realiza-se, assim, outra profecia de Isaías sobre o Servo que dizia: “Seu túmulo está com os ricos” (Is 53,9 – Crossan: “profecia historicizada”). Lucas insiste em dizer: “Era o dia da Preparação. O sábado estava quase começando”. O sábado é o 7° dia. Estava ter¬minando o 6° dia da nova criação. Jesus descansa no 7° dia.

Lucas 23,55-56: As mulheres, testemunhas do enterro de Jesus

As mulheres testemunham também o lugar onde foi colocado o corpo de Jesus. Havia, ali, muitos sepulcros, alguns fechados, outros abertos. Quem não soubesse bem onde Jesus havia sido enterrado poderia enganar-se. Mas elas seguem José de Arimateia, observam bem o túmulo, veem o lugar, fixam na memória. Aquele sepulcro aberto do domingo de Páscoa é realmente de Jesus! Não é um engano! Em seguida, elas voltam para casa, preparando aromas e perfumes para poder ungir o corpo de Jesus depois do descanso do sábado.

Lucas 24,1-3: Os fatos encontrados: túmulo vazio, pedra removida

Seguindo de perto o Evangelho de Marcos, Lucas oferece informações de-talhadas sobre a hora e o lugar. Estes detalhes sugerem que as mulheres são pessoas de confiança para testemunhar a ressurreição. Elas estão convencidas de que Jesus está morto, pois vão para o túmulo para ungi-lo. A sua fé na res¬surreição não foi fruto de fantasia, mas algo totalmente inesperado. Quando chegam ao sepulcro, veem que a pedra já tinha sido removida. Entrando dentro do sepulcro não encontram o corpo de Jesus. Estes são os fatos. Qual é o seu significado?

Lucas 24,4-8: O significado dos fatos: o anúncio da ressurreição

Dentro do sepulcro, elas encontram dois homens em vestes fulgurantes que lhes interpretam o significado destes fatos inexplicáveis: “Jesus está vivo. Ele ressuscitou!” Elas lembram as palavras do próprio Jesus e as palavras da Escritura. Daqui para a frente, a palavra de Jesus e a palavra da Escritura têm ambas o mesmo valor.

Lucas 24,9-12: Os apóstolos não acreditam no testemunho das mulheres

Lucas diz quem são as mulheres: Maria Madalena, Joana e Maria, a mãe de Tiago, bem como as outras que estão com elas. Voltando do sepulcro, elas anun¬ciaram a Boa Nova aos Onze, mas estes não lhes dão crédito. Não foram capazes de crer no testemunho das mulheres. Dizem que é um “desvario”, invenção, fofoca. Naquele tempo, as mulheres não podiam ser testemunhas. Ao transmitir a elas a ordem de anunciar a Boa Nova da ressurreição, Jesus estará pedindo uma mudança total na cabeça das pessoas. Deviam dar crédito a quem, dentro da sociedade daquele tempo, não merecia crédito. Assim, começou a subversão do anúncio da ressurreição! Lucas termina dizendo que Pedro vai ao túmulo, encontra-o vazio e volta para casa. Mas não chega a crer. Fica apenas surpreso.

ALARGANDO

1. A experiência da ressurreição aconteceu, primeiro, nas mulheres (Mt 28,9-10; Mc 16,9; Lc 24,4-11.23; Jo 20,13-16); depois, nos homens. Ela é a confirmação de que, para Deus, uma vida vivida como Jesus é vida vitoriosa. Deus a ressuscita! Em torno desta Boa Nova surgiram as comunidades. Crer na ressurreição o que é? É voltar para Jerusalém, de noite, reunir a comunidade e partilhar as experiências, sem medo das autoridades dos judeus e dos romanos (Lc 24,33-35). É receber a força do Espírito, abrir as portas e anunciar a Boa Nova à multidão (At 2,4). É ter a coragem de dizer: “É preciso obedecer antes a Deus que aos homens” (At 5,29). É reconhecer o erro e voltar para a casa do pai: “Teu irmão estava morto e voltou a viver” (Lc 15,32). É sentir a mão de Jesus ressuscitado que, nas horas difíceis, nos diz: “Não tenha medo! Eu sou o Primeiro e o último. Sou o Vivente. Estive morto, mas eis que estou vivo para sempre. Tenho as chaves da morte e da morada dos mortos” (Ap 1,17s). É crer que Deus é capaz de tirar vida da própria morte (Hb 11,19). É crer que o mesmo poder usado por Deus para tirar Jesus da morte opera também em nós e nas nossas comunidades, através da fé (Ef 1,19-23).

2. Até hoje, a ressurreição acontece. Ela nos faz experimentar a presença libertadora de Jesus na comunidade, na vida de cada dia (Mt 18,20) e nos leva a cantar: “Quem nos separará, quem vai nos separar, do amor de Cristo, quem nos separará? Se ele é por nós, quem será contra nós?” Nada, ninguém, autoridade nenhuma é capaz de neutralizar o impulso criador da ressurreição de Jesus (Rm 8,38-39). A experiência da ressurreição ilumina a cruz e a transforma em sinal de vida (Lc 24,25-27). Abre os olhos para entender o significado da Sagrada Escritura (Lc 24,25-27.44-48) e ajuda a entender as palavras e gestos do próprio Jesus (Jo 2,21-22; 5,39; 14,26). Uma comunidade que quiser ser testemunho fiel da Boa Nova da Ressurreição deve ser sinal de vida, lutar pela vida contra as forças da morte. Sobretudo aqui na América Latina, onde a vida do povo corre perigo por causa do sistema de morte que nos foi imposto.

Messias Crucificado? Que loucura! [Mercedes Lopes]

A vida de Jesus, suas ações e ensinamentos extrapolaram o senso comum dos seus contemporâneos. Suas chocantes parábolas quebravam a lógica dos sacerdotes e doutores da Lei, faziam pensar, provocavam mudança, geravam resistências. Seu projeto de “mesa comum” era um paradoxo para a visão legalista da religião do seu tempo.

Em vez de preocupar-se com o cumprimento da “lei da pureza” (Lv 11-16), que excluía e discriminava pessoas como impuras, Jesus proporciona a experiência sagrada da comensalidade aberta. Homens e mulheres de diferentes posições sociais e situações pessoais podiam sentar-se juntos e compartilhar o pão. Esta é uma característica fundamental do Reinado de Deus anunciado e vivenciado na prática de Jesus.

Este inédito ministério de Jesus durou pouco. Somente uns três anos, pois desde o início encontrou uma grande oposição do sistema do templo, que se uniu ao poder civil e conseguiu prender Jesus, torturá-lo e crucificá-lo. Mas, Deus o ressuscitou, o levantou da morte, confirmando seu Projeto! A experiência da ressurreição congrega, na Galileia, os discípulos que se haviam dispersado, depois do aparente fracasso da Cruz. Surpreendentemente, a voz para esta articulação era das mulheres (Mc 16,7; Mt 28,8). Com certeza, foi um recomeçar muito tímido e modesto, este, da comunidade da Galileia.

A Cruz não tem lógica, nem pode ser explicada!

Cerca de seis anos mais tarde, Saulo entra em contato com a Boa Nova de Jesus, o Nazareu (At 6,14), através da pregação e do testemunho de Estevão, que transbordante de sabedoria e dom do Espírito (At 6,10), dava continuidade ao movimento iniciado por Jesus de Nazaré. Paulo observava o martírio de Estevão, porém ainda estava preso à lógica do discurso religioso oficial e não se deixou tocar pelo paradoxo de um Messias Crucificado, de um amor que não se poupa, de uma gratuidade que se dá totalmente, na liberdade escolhida.

No caminho para Damasco, inicia-se em Saulo um processo de conversão que durou anos. O clímax deste processo acontece na sua dolorosa experiência de fracasso em Atenas. Foi uma profunda experiência de rejeição por parte dos gregos que levou Paulo a resgatar com insistência e convicção a mensagem do Messias Crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos (1Cor 1,23). Mas, que experiência foi essa? Em Atenas, depois de percorrer a cidade e observar aspectos importantes da cultura grega, Paulo preparou com muito cuidado um discurso. Preocupado em gerar um debate que levasse ao conhecimento da boa-nova de Jesus, Paulo elaborou sua fala a partir das regras de retórica dos gregos (At 17,22-31). Mas, não falou da Cruz. Falou somente de Jesus e da sua ressurreição. Para os gregos, que já tinham tantos casais de deuses, o anúncio de Jesus e sua anástasis (ressurreição) não trazia nenhuma novidade! Disseram-lhe: “Até logo! Nós ouviremos você falar disso em outra ocasião!” (At 17,32). Decepcionado, Paulo descobriu que não se pode falar de ressurreição sem falar da Cruz. Descobriu também que a Cruz não tem lógica, nem existem discursos capazes de explicá-la! (At 17,33).

Depois dessa experiência, Paulo seguiu para Corinto e ficou um tempo sem pregar, trabalhando como artesão, junto com Priscila e Áquila (At 18,1-4). Ele deve ter aprendido muito com esta experiência de fracasso, porque faz memória das marcas que ficaram em seu corpo e em seu estilo de pregação: “Quando fui me encontrar com vocês, irmãos, não me apresentei com o prestígio da palavra ou da sabedoria para anunciar-lhes o mistério de Deus. Eu não quis saber de outra coisa, entre vocês, do que de Jesus Cristo, e Jesus Crucificado. Estive cheio de fraqueza, receio e tremor entre vocês. Minha pregação nada tinha da linguagem persuasiva da sabedoria, mas era uma demonstração de Espírito e poder…” (1Cor 2,1-5).

Uma comunidade imatura e dividida.

Mais tarde, estando já em Éfeso, Paulo ficou sabendo que a comunidade de Corinto estava dividida, que gostavam de ouvir discursos bem elaborados e que fãs dos evangelizadores formavam grupos rivais: “Eu sou de Paulo!”, ou “Eu sou de Apolo!”, ou “Eu sou de Cefas!”, ou “Eu sou de Cristo!” (1Cor 1,12). Sofrendo, Paulo escreveu uma carta para esta comunidade ainda tão imatura, buscando mostrar a diferença entre a sabedoria do mundo e a sabedoria da Cruz, sem ignorar a sabedoria humana, mas apresentando-a como dom de Deus (1Cor 1,21).

Agora, Paulo foca sua pregação na loucura da Cruz, que é loucura de Deus (1Cor 1,25). E a loucura de Deus é expressão do seu amor sem limites, manifestado na humanidade plena do Messias Crucificado. E a loucura de Deus transparece também na fragilidade das pessoas que formam a comunidade: “Olhem para vocês mesmos, irmãos! Entre vocês não há muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de famílias importantes. Mas, o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios. E o que é fraqueza no mundo, Deus o escolheu para confundir o que é forte…” (1Cor 1,26-31).

Para a visão do mundo, a paixão pelo Reino é uma loucura.

Hoje, quanto mais nos aproximamos de Jesus, através dos Evangelhos, mais percebemos a paixão que o levou a viver intensamente, descuidado de si, apaixonadamente entregue ao projeto do Pai, dedicando sua vida ao serviço dos pequeninos, das pessoas pobres e discriminadas, excluídas do acesso direto a Deus, pelo sistema do templo. Uma entrega tão intensa que ele nem encontrava tempo para comer. Seus familiares e amigos chegaram a pensar que ele havia ficado louco: “Quando os seus tomaram conhecimento disso, saíram para detê-lo, porque diziam: ‘perdeu o juízo’” (Mc 3,20-21).

Jesus ama sem medida, é sensível ao sofrimento e deixa-se tocar pela dor das pessoas, sobretudo das mais frágeis. Ao se encontrar com a viúva que ia enterrar o seu filho único, Jesus ama aquela mulher desconhecida: “Mulher, não chores!” Quem ama como Jesus, vive aliviando o sofrimento e secando lágrimas.

Jesus olhava para a multidão e comovia-se: via seu povo sofrendo, desorientado como ovelhas sem pastor. Rapidamente, punha-se a curar os mais doentes ou a alimentá-los com as suas palavras. Quem ama como Jesus, aprende a olhar os rostos das pessoas com compaixão. Está sempre disponível. Não pensa em si mesmo. Atende qualquer chamado, toda solicitação, disposto sempre a fazer algo pela pessoa. Acolhe o mendigo cego, que grita e irrita a todos: “Que queres que faça por ti?” Com esta atitude anda pela vida quem ama como Jesus.

Jesus sabe estar junto aos mais desvalidos. Nem mesmo espera que lhe peçam. Cura doentes, liberta consciências, contagia de amor e confiança em Deus. Mas não pode resolver todos os problemas daquelas pessoas. Então, dedica-se a fazer gestos de bondade. Abraça as crianças da rua: não quer que ninguém se sinta órfão. Abençoa os doentes: não quer que se sintam esquecidos por Deus. Acaricia a pele dos leprosos: não quer que se vejam excluídos. Assim são os gestos de quem ama como Jesus. Esta é a loucura que confunde o mundo!

Perguntas para a reflexão:
1 – Qual é a relação fundamental entre Cruz e loucura?
2 – Quais os sinais de imaturidade humana e de fé que você encontra em pessoas que dizem acreditar em Jesus Cristo?
3 – Que loucuras manifestam o seguimento fiel de Jesus das pessoas que professam sua fé em Jesus?

Bibliografia:
LÓPEZ, Rolando. “La Cruz em 1 y 2 Corintios Cartas desde La practica de las comunidades”, em Revista de Interpretación Bíblica Latinoamericana – RIBLA, nº 20, Quito, 1995, p.99-113.
PAGOLA, José Antônio. Jesús Aproximación histórica, Madrid: PPC, 2007.
Vida Religiosa A loucura que Deus escolheu para confundir o mundo. ERB – Equipe de Reflexão Bíblica, Brasília: Conferência dos Religiosos do Brasil, 2012.

Dom Oscar Romero‬

Hoje, 24 de março de 2016, completam-se 36 anos do martírio de Dom Oscar Arnulfo Romero, arcebispo de San Salvador, localizado em El Salvador. Ele foi assassinado em 1980 por um atirador do exército salvadorenho, enquanto celebrava uma missa na capela do hospital da Divina Providência, na Colônia Miramonte, em San Salvador.

#Páscoa

#FelizPáscoa | A #CPT deseja Feliz Páscoa a todos e todas!


Laurício Neumann



"A utopia de uma outra sociedade, mais justa e democrática, é possível. Aproveito esse espaço para agradecer a todas e todos a acolhida, o carinho, a atenção, a colaboração, a paciência, a tolerância, e o espírito de grupo na 1ª etapa da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho, dias 19 e 20, em Caxias do Sul. O tema atual e complexo: 'As grandes transformações socioeconômica e ético culturais' permitiu muita discussão e reflexão sobre a situação ética, política e social que vivemos neste momento no Brasil. Creio que foi produtivo e proveitoso." Laurício Neumann

"Fortes e unidos na utopia
Importante ter claro que Jesus não morreu de dengue, febre amarela ou atropelado por um camelo nas ruas de Jerusalém. Portador e porta voz de uma projeto de Nova Aliança que contempla uma sociedade inclusiva, com paz, justiça e igualdade para todos, Jesus foi denunciado e condenado como preso político. Foi hostilizado, traído, humilhado, julgado e condenado por atentar contra os senhores do poder e os interesses dominantes. A ressurreição de Jesus nos ajuda a permanecer fortes e unidos na utopia." Laurício Neumann

26/03/2016

Obsolescência Programada

Obsolescência Programada

Um documentário pra entender como os produtos são projetados e construídos para durarem pouco já há um bom tempo (não são só os smartphones) e como essa "regra" do sistema gera lixo para o planeta.


OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

Baterias que 'morrem' após 18 meses de ser estreadas, impressoras que bloqueiam ao chegar a um número determinado de impressões, lâmpadas que se fundem às mil horas... Porque, apesar dos avanços tecnológicos, os produtos de consumo duram cada vez menos?

O canal 2 da Televisão Espanhola e RTVE.es transmitem "Comprar, deitar fora, comprar" um documentário que nos revela o segredo: obsolescência programada, o motor da economia moderna.

Rodado em Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos e Gana, "Comprar, deitar fora, comprar" percorre a história de uma prática empresarial que consiste na redução deliberada da vida de um produto para incrementar o seu consumo porque, como já publicava em 1928 uma influente revista de publicidade norte-americana, "um artigo que não se desgasta é uma tragédia para os negócios".

O documentário, realizado por Cosima Dannoritzer e co-produzido pela Televisão Espanhola, é o resultado de três anos de investigação, faz uso de imagens de arquivo pouco conhecidas; junta provas documentais e mostra as desastrosas consequências para o meio ambiente que derivam desta prática. Também apresenta diversos exemplos do espírito de resistência que está a crescer entre os consumidores e recolhe a análise e a opinião de economistas, desenhadores e intelectuais que propõem vias alternativas para salvar economia e meio ambiente.

UMA LÂMPADA NA ORIGEM DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

Edison pôs à venda a sua primeira lâmpada em 1881. Durava 1500 horas. Em 1911 um anúncio na imprensa espanhola destacava as mais-valias duma marca de lâmpadas com uma duração certificada de 2500 horas. Porém, como se revela no documentário, em 1924 um cartel que agrupava os principais fabricantes da Europa e Estados Unidos pactuou limitar a vida útil das lâmpadas eléctricas a 1000 horas. Este cartel chamou-se Phoebus e oficialmente nunca existiu porém em "Comprar, deitar fora, comprar" é-nos mostrado o documento que supõe que seja o ponto de partida da obsolescência programada, que se aplica hoje a produtos electrónicos de última geração como impressoras ou iPods e que se aplicou também na indústria têxtil com a conseguinte desaparição das meias de vidro à prova de rasgões.

CONSUMIDORES REBELDES NA ERA DA INTERNET

Através da história da caducidade programada, o documentário pinta também um fresco da história da Economia dos últimos cem anos e aponta um dado interessante: a mudança de atitude nos consumidores graças ao uso das redes sociais e Internet. O caso dos irmãos Neistat, o do programador informático Vitaly Kiselev ou o catalão Marcos López, dão boa conta disto.

ÁFRICA, VAZADOURO ELECTRÓNICO DO PRIMEIRO MUNDO

Este "usar e deitar fora" constante tem graves consequências ambientais. Como vemos neste trabalho de investigação, países como o Gana estão a converter-se na lixeira electrónica do primeiro mundo. Ali chegam periodicamente centenas de contentores carregados de resíduos a coberto duma etiqueta que diz 'material em segunda mão' e duma suposta contribuição para reduzir o fosso digital mas que acabam por ocupar o espaço dos rios ou os campos de jogos das crianças.

Mas para além da denuncia, o documentário trata de dar visibilidade a empreendedores que põem em prática novos modelos de negócio e escuta as alternativas propostas por intelectuais como Serge Latouche, que diz empreender a revolução do 'decrescimento', da redução do consumo e a produção para liberar tempo e desenvolver outras formas de riqueza, como a amizade ou o conhecimento, que não se esgotam ao usá-las.

Dicas de vídeos, filmes, livros, textos da 1ª etapa do Curso 2016.ano13

1ª etapa / 19 e 20 de março | Curso 2016.ano13

As grandes transformações socioeconômicas e ético-culturais. As raízes do estado moderno e das crises atuais. As possibilidades de construir uma nova sociedade.
Prof. Dr. Laurício Neumann


ILHA DAS FLORESJorge Furtado - https://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28


HOMENAGEM AOS 10 ANOS da "Escola de Formação Fé, Política e Trabalho" da Diocese de Caxias do Sul, Cáritas Diocesana de Caxias do Sul e Unisinos - Instituto Humanitas, realizada no dia 17 de outubro de 2013, quinta-feira, conforme requerimento da Vereadora Denise Pessoa: https://www.youtube.com/watch?v=7u27o9h8_BA

ATO DE FÉ - Documentário sobre os dominicanos e a ditadura militar. Durante a ditadura militar, um grupo de religiosos católicos rompe as barreiras do convento e assume uma atitude revolucionária, lutando pela volta das liberdades democráticas no Brasil, e foram presos e torturados. Ano: 2004 | Duração: 00:56:00 | Dirigido por: Alexandre Rampazzo. Documentário Completo:https://www.youtube.com/watch?v=TBbSm5nFVhE http://vimeo.com/63031525


BATISMO DE SANGUE: Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=uhBemy_vXCk-Filme: https://www.youtube.com/watch?v=pbaSLLChARABatismo de Sangue é um filme brasileiro, realizado em 2006 e lançado em 2007, dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton. O filme é baseado no livro homônimo de Frei Betto que foi lançado originalmente em 1983, e foi vencedor do Prêmio Jabuti. O filme conta a história dos frades dominicanos, que movidos por ideais cristãos, se envolvem na luta clandestina contra a ditadura militar, no final dos anos 60. São presos e torturados. Um deles, Frei Tito, é mandado para o exílio na França, onde, atormentado pelas imagens de seus carrascos, comete suicídio.


ENCONTRO COM MILTON SANTOS OU O MUNDO GLOBAL VISTO DO LADO DE CÁ. Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=-UUB5DW_mnMO mundo global visto do lado de cá, documentário do cineasta brasileiro Sílvio Tendler, discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias (seja o terceiro mundo, seja comunidades carentes). O filme é conduzido por uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, gravada quatro meses antes de sua morte. O cineasta conheceu Milton Santos em 1995, e desde então tinha planos para filmar o geógrafo. Os anos foram passando e, somente em 2001, Tendler realizou o que seria a última entrevista de Milton (que viria a morrer cinco meses depois). Baseado nesse primeiro ponto de partida o documentário procura explicar, ou até mesmo elucidar, essa tal Globalização da qual tanto ouvimos falar. O documentário percorre algumas trilhas desses caminhos apontados por Milton, vemos movimentos na Bolívia, na França, México e chegamos ao Brasil, na periferia de Brasília. Em Ceilândia, a câmera nos mostra pessoas dispostas a mudar as manchetes dos jornais que só falam da comunidade para retratar a violência local. Adirley Queiroz, ex-jogador de futebol, hoje cineasta, estudou os textos de Milton e procura novos caminhos para fugir do 'sistema' ou do Globaritarismo - termo criado por Milton Santos para designar a nova ordem mundial.

BRASIL: NUNCA MAIS. O Projeto Brasil: Nunca Mais desenvolvido por Dom Paulo Evaristo Arns, Rabino Henry Sobel, Pastor presbiteriano Jaime Wright e equipe, foi realizado clandestinamente entre 1979 e 1985 durante o período final da ditadura militar no Brasil, no ano de 1985, gerou uma importante documentação sobre a história do Brasil. Projeto Brasil Nunca Mais - História dos Direitos Humanos no Brasil: http://dhnet.org.br/memoria/nuncamais/index.htm | BRASIL: NUNCA MAIS digit@l:http://bnmdigital.mpf.mp.br/#!/

A HISTÓRIA SECRETA DA GLOBO, Daniel Herz (2009 - brochura - 424 páginas). Livro: http://www.danielherz.com.br/system/files/acervo/DANIEL/Globo/A+Historia+Secreta+da+Rede+Globo/A+Historia+Secreta+da+Rede+Globo.pdfEste é um dos livros mais importantes para a compreensão da história recente do Brasil. Herz buscou, em documentos oficiais, em depoimentos e na imprensa o registro dos fatos que marcaram a implantação da Rede Globo. Seu texto enxuto e claro dá para o documento um impressionante painel da história da radiodifusão no país. Esta reedição traz também a atualização do tema em posfácio dos jornalistas Celso Augusto Schröder e Nilo André Piana de Castro. Daniel Herz (1954 - 2006) - jornalista, mestre pela Universidade de Brasília, foi professor e chefe de departamento de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina. Foi articulador da Frente Nacional de Luta por Políticas Democráticas de Comunicação, criada em 1984, que reuniu dezenas de entidades e personalidades. Atuou como colaborador e pesquisador em revistas e publicações especializadas do Brasil e da América Latina.

MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE: https://www.youtube.com/watch?v=ZEP4bNYxKZkO documentário, produzido pela BBC de Londres, e proibido no Brasil desde a estreia, em 1993, por decisão judicial, aborda as relações entre a Rede Globo de Televisão e o cenário político brasileiro. Os cortes e manipulações efetuados na edição do último debate entre Luiz Inácio da Silva e Fernando Collor de Mello, que influenciaram a eleição de 1989. O apoio à ‪#‎ditaduramilitar‬ e censura a artistas, como ‪#‎ChicoBuarque‬, que por anos foi proibido de ter seu nome divulgado na emissora. A criação de mitos culturalmente questionáveis, veiculação de notícias frívolas e alienação humana. O filme conta com depoimentos de ‪#‎LeonelBrizola‬, Chico Buarque, ‪#‎WashingtonOlivetto‬, entre outros jornalistas, historiadores e estudiosos da sociedade brasileira.

MATERIAIS DO PROFESSOR LAURÍCIO NEUMANN PARA A 1ª ETAPA DO CURSO 2016.ANO 13:
Análise de estrutura e conjuntura - As grandes transformações socioeconomicas e ético-culturais 
https://drive.google.com/file/d/0B_2nfmpfqzwAbkdHRmFWWFR3TGs/view?usp=sharing

As grandes transformações socioeconômicas e ético-culturais
https://drive.google.com/file/d/0B_2nfmpfqzwAaTlraHhGNjVfTHM/view?usp=sharing

Análise de Estrutura e Conjuntura Sistemas Políticos - capitalismo, socialismo, solidarismo
https://drive.google.com/file/d/0B_2nfmpfqzwARTk1Q01qWnJtRDQ/view?usp=sharing

Análise de estrutura e conjuntura - modernidade e pós-modernidade

https://drive.google.com/file/d/0B_2nfmpfqzwAVXdmV24wUzFZYWM/view?usp=sharing

Análise de estrutura e conjuntura - globalização neoliberal do capitalismo
https://drive.google.com/file/d/0B_2nfmpfqzwAVXI0NHFKNVRpRHc/view?usp=sharing

Análise de estrutura e conjuntura - revoluções tecnológicas

https://drive.google.com/file/d/0B_2nfmpfqzwAd2Qybk8tZ1RzMTg/view?usp=sharing

Discussão em grupo e plenário
https://drive.google.com/file/d/0B_2nfmpfqzwANGJza2g0V0tSbmc/view?usp=sharing


LIVROS INDICADOS PELA ESCOLA DE FORMAÇÃO FÉ, POLÍTICA E TRABALHO:
AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA, Eduardo Galeano (acessa em pdf: https://copyfight.noblogs.org/gallery/5220/Veias_Abertas_da_Am%C3%83%C2%A9rica_Latina%28EduardoGaleano%29.pdf)
O BANQUEIRO DOS HUMILDES, Muhammad Yunus
A POBREZA, RIQUEZA DOS POVOS – A transformação pela solidariedade, Albert Tévoédjrè



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