25/05/2015
ROMERO
21/05/2015
Dia Mundial contra a Monsanto :: 23 de maio
O MUNDO SEGUNDO A MONSANTO
https://www.youtube.com/watch?v=y6leaqoN6Ys
TRANSGÊNICOS - Globo News
https://www.youtube.com/watch?v=nIYXagxc6h8
MONSANTO: LA GUERRA POR LA SEMILLA
Programa de teleSUR, 22 de julio de 2014.
https://www.youtube.com/watch?v=ZCcWwnc-Ci8
As razões do Dia Mundial contra a Monsanto
[Este é o blog do site Outras Palavras em Carta Capital. Aqui você vê o site completo]
Você sabia que existe um Dia Mundial Contra a Monsanto? Muitos não conhecem a empresa pelo nome, ou talvez tenham apenas ouvido falar dela, sem saber ao certo seu setor ou posicionamento. Entretanto, quase todo mundo faz uso contínuo de alimentos a base dos organismos geneticamente modificados (OGMs) produzidos e vendidos pela corporação.
O fato é que este ano a Marcha Mundial Contra a Monsanto ocorrerá no dia 23 de Maio e levará milhares de pessoas as ruas, por todo o mundo, para protestar contra a atuação e práticas da corporação. Mas por que existe um dia mundial dedicado exclusivamente à denúncia deste gigante da agroquímica? O que de tão nefasto representa esta empresa? Vamos tentar relembrar os principais fatos da trajetória da Monsanto que a fizeram se considerada pela revista Fortune como "possivelmente a corporação mais temida da América". Prejuízos aos pequenos agricultores, possíveis danos à saúde e meio ambiente, formação de lobby, manipulação de pesquisas científicas e até a contratação de mercenários são algumas das polêmicas nas quais a empresa se envolveu ao longo de seus 103 anos de existência.
A Monsanto é uma multinacional de alcance global da área de agricultura e biotecnologia. É especializada em engenharia genética (produção de organismos geneticamente modificados), sementes e herbicidas. Criada em 1901 como uma companhia novata na área da engenharia química, aos poucos tornou-se a maior empresa do mundo no setor, fornecendo produtos à base de organismos geneticamente modificados para gigantes como a Coca-Cola, a Pepsico e a Kraft. Hoje, controla 90% do mercado de sementes transgênicas do mundo – consagrando-se como um dos maiores monopólios já vistos. O crescimento da empresa foi vertiginoso. Recentemente, ela adquiriu diversas empresas na América do Sul e no Leste Europeu, dominando consistentes fatias de mercado em países como Argentina, México e Brasil – onde está presente há quase 60 anos.
Este crescimento tem representado uma ameaça real à sobrevivência de pequenos produtores em todo o mundo. Em seus contratos de venda de sementes, a Monsanto prevê que os pequenos produtores não poderão guardar nenhuma semente e são obrigados a permitir que a empresa vistorie suas plantações a qualquer momento. Além disso, as sementes geneticamente modificadas são apenas tratadas com os herbicidas vendidos pela própria companhia, fato que condiciona os agricultores à dependência. De todo modo, os impactos dos produtos geneticamente modificados comercializados pela Monsanto vão além da esfera socioeconômica.
Um estudo de 2009 do Journal of Biologycal Science¹ mostrou que o consumo do milho proveniente da semente geneticamente modificada pode produzir efeitos negativos em órgãos como os rins e o fígado. Outro estudo, publicado em 2012 na Food And Chemical Toxicology², constatou que ratos submetidos a uma dieta à base de organismos geneticamente modificados morrem mais rápido e são mais propensos ao desenvolvimento de câncer. Para chegar a esta conclusão, cientistas administraram em 200 ratos, durante dois anos, três dietas distintas: uma à base de milho convencional, outra a base do milho transgênico NK603 e outra a base do NK603 tratado com o herbicida RoundUp. Tanto o milho transgênico NK603 como o herbicida RoundUp (o mais utilizado do mundo) são pertencentes à Monsanto. O resultado foi a morte acelerada de parte dos ratos e o aparecimento de tumores enormes naqueles cuja base da dieta fora o milho transgêncio NK603, da Monsanto.
A pesquisa divulgada pela Food And Chemical Toxicology gerou controvérsias. Enquanto recebeu o apoio de diversos cientistas pelo mundo, alguns a criticaram, afirmando que houve viés na metodologia, o número de ratos fora inadequado e aquele tipo de rato de laboratório já possuía propensão ao desenvolvimento de tumores. Após forte pressão, a revista cedeu e, um ano depois, anunciou a retirada do estudo por ela publicado. A decisão, todavia, não agradou ao principal autor da pesquisa – o diretor científico do Comitê para Investigação e Informação Independente sobre Engenharia Genética da França, Gilles-Éric Séralini. O cientista reafirmou que a pesquisa não continha fraudes e que, caso a revista insistisse em sua decisão de retirar a publicação, iria acioná-la judiciamente por danos morais. A despeito da pesquisa de Séralini, outras pesquisas ao longo das décadas já confirmaram em condições similares os efeitos dos organismos geneticamente modificados sobre a saúde humana. Além disso, as empresas que controlam o setor – sobretudo a Monsanto – possuem altos níveis de poder acumulado, que lhes permite interferir em pesquisas e políticas públicas por meio da formação de lobby para benefício de seus produtos.
Dessa forma, o poder econômico acumulado pela Monsanto lançou as bases para um acúmulo significativo de poder político. Executivos da Monsanto foram posicionados em cargos estratégicos do governo dos Estados Unidos — dentre eles, a Agência de Proteção Ambiental ["Environmental Protection Agency", EPA], o ministério da Agricultura [U.S. Departament of Agriculture", USDA] e o Comitê Consultivo do Presidente Obama para Política Comercial e Negociações. A Monsanto ainda posicionou funcionários em cargos estratégicos em universidades pelo mundo, dentre elas a South Dakota State University, o Arizona State's Biodesign Institute e a Washington University. Desde 1980, políticas federais americanas têm incentivado instituições públicas de ensino a produzir pesquisas nas áreas agrícola e de biotecnologia em parceria com empresas privadas. Em consonância com esta política, a Monsanto tem inundado instituições públicas de ensino com investimentos. Em troca, tem seus produtos protegidos e fortalecidos por um arcabouço de pesquisas técnicas e científicas com viés favorável.
Além de cargos no governo e na academia norte-americana, executivos da Monsanto posicionaram-se em cargos em instituições-chave para política alimentar e científica de seu país ou de âmbito internacional, como o "International Food and Agricultural Trade Policy Council", o "Council for Bitechnology Information", a "United Kingdom Academy of Medicine", a "National Academy of Sciences Biological Weapons Working Group", a "CropLife International" e o "Council of Foreign Relations".
Naturalmente, as posições privilegiadas alcançadas pela Monsanto renderam-lhe excelentes retornos. Em 1993, a Agência para Alimentação e Medicamentos [Food and Drug Administration", FDA] dos EUA aprovou o uso de um produto denominado "Hormônio de Crescimento Bovino" [Recombinant Bovine Hormone, ou rBGH]. Desenvolvido pela Monsanto, trata-se de uma droga hormonal injetada em vacas de modo a incentivar a produção de leite. O rBGH foi a primeira substância geneticamente modificada aprovada pelo FDA.
A aprovação foi no mínimo controversa. Estudos apontaram que o rBGH produziria sérios impactos na saúde física e psicológica das vacas. O mais comum deles, a mastite bovina, é tratada com base na administração de antibióticos. A exposição constante das bactérias aos antibióticos contribui para a criação de bactérias resistentes que podem infectar seres humanos. Além disso, alguns estudos também apontaram que o consumo do leite com resíduos do hormônio aumentaria o risco de desenvolvimento de câncer de colo, de mama e de próstata. A substância é proibida nos 27 países da União Europeia, mas graças ao poderoso lobby da Monsanto nos EUA sua utilização é liberada – o que também ocorre no Brasil…
Após a aprovação do uso do rGHB pelo FDA, funcionários ligados à Monsanto que trabalhavam na FDA foram investigados pelo Escritório de Prestação de Contas do Governo [Government Accountability Office" (GAO)] por formação de lobby. O GAO investigou os executivos Michael Taylor, Margaret Miller e Suzanne Sechen. Os três funcionários tiveram ativa participação no desenvolvimento da droga e, posteriormente, exerceram funções na FDA, tornando-se responsáveis pela avaliação e aprovação do produto que ajudaram a desenvolver. Ao fim da investigação, o GAO concluiu que não havia dispositivos legais para incriminar os envolvidos e que não havia provas cabais de conflitos de interesses no caso.
Em 2012, a empresa opôs-se à chamada Proposition 37 – apelidada pelos americanos de Iniciativa pelo Direito a Saber [Right to Know initiative]. A iniciativa propunha-se a promulgar, no estado da Califórnia, uma lei no obrigando as empresas que vendessem produtos à base de ingredientes geneticamente modificados a neles instalarem rótulos visíveis alertando para tal fato, evitando assim a venda destes produtos como naturais. Esta iniciativa, no entanto, não passara incólume pelo imenso poder de barganha das grandes indústrias do setor, sendo a Monsanto sua "ponta-de-lança". Empresas como Nestlé e Mars Inc. despejaram mais de 370 mil dólares em campanha contra o projeto. Só a Monsanto despejou, sozinha, 8,1 milhões de dólares em campanhas contra a iniciativa, estabelecendo-se como doadora majoritária em uma campanha que totalizou 45 milhões de dólares arrecadados de diversas empresas envolvidas na derrubada da proposta. É claro que com todo este empenho a iniciativa não prosperou e os californianos não conquistaram o direito de saber a procedência do alimento estão ingerindo.
No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou, em 28 abril deste ano, por ampla maioria o Projeto de Lei 4.148/2008³, de autoria do deputado ruralista Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que ao contrário da legislação vigente (baseada na Lei 11.105/2005) propõe a não obrigatoriedade da rotulagem de alimentos a base de OGMs.
Para além das polêmicas e controvérsias citadas até agora, a Monsanto ainda guarda em sua história íntimas relações com o poder militar. É fato público e conhecido o fornecimento do famoso Agente Laranja lançado nas plantações do Vietnan pelas forças armadas norte-americanas que guerreavam para manter o país sob dominação. As consequências, entre as populações que serviram de alvo, foram sentidas por muitos anos. O que pouco se sabe é que há indícios de ligações da Monsanto com forças militares mercenárias. A empresa contratou serviços de espionagem de empresas ligadas a conhecida antiga Blackwater (agora XE) – uma das maiores companhias militares privadas do mundo. Segundo documentos obtidos pela revisga The Nation4 a empresa usou de serviços oferecidos por duas empresas de espionagem – "Total Intelligence Solutions" e "Terrorism Research Center" – cuja propriedade é do dono e fundador da XE, Eric Prince. Os documentos apontam que entre os serviços prestados à Monsanto por estas empresas estão a infiltração de espiões em movimentos sociais, ONGs e entidades protetoras dos animais e de combate aos transgênicos. Alguns sugerem que esta relação da Monsanto com empresas de espionagem explique o misterioso vírus que atacou os computadores de ativistas da organização "Amigos da Terra" e da "Federação para o Meio Ambiente e Proteção à Natureza" da Alemanha. O ataque se deu no contexto de apresentação de uma pesquisa realizada por estas entidades sobre os efeitos da substância glisofato no corpo humano. O glisofato é base de um dos produtos mais rentáveis vendidos pela monsato – o herbicida RoundUp. A empresa afirmou que não teve e jamais teria envolvimento no fato.
O histórico e a atuação da Monsanto no seu setor, considerando todas as polêmicas e controvérsias nas quais a corporação se envolveu, trazem à tona o necessário debate acerca dos custos e benefícios envolvidos no desenvolvimento de organismos geneticamente modificados. Se por um lado a biotecnologia e a agroquímica trouxeram crescente otimização da produção e distribuição de insumos, é necessário refletir acerca das consequências do uso destes insumos, da garantia da liberdade de pesquisa com relação a seus efeitos e principalmente das consequências da extrema concentração deste mercado nas mãos de pouquíssimas corporações. Afinal de contas, como dito, não é todo dia que uma empresa ganha um Dia Internacional de protestos contra si.
A maior parte das informações aqui relacionadas pode ser encontrada no relatório "Monsanto: A Corporate Profile", da ONG Food & Water Watch. Além disso, o portal "Esquerda.net" possuiu um dossiê completo da empresa e sua atuação pelo mundo. Para os que preferem material audiovisual, existe uma série documentários que tratam de maneira crítica da questão dos transgêncios e das poderosas corporações do setor. São alguns deles eles: "Food Inc", "The future of Food", "El Mundo Según Monsanto" e "Seeds of Free". O site oficial da Marcha Mundial Contra a Monsanto pode ser acessado em:http://www.march-against-monsanto.com/.
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REFERÊNCIAS
¹ Disponível em : http://www.ijbs.com/v05p0706.htm
² Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691512005637
³ Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=412728
4 Disponível em: http://www.thenation.com/article/154739/blackwaters-black-ops#
20/05/2015
Relatório mostra violência no campo durante a ditadura militar
"Houve omissão do Estado. Muitos camponeses foram expulsos de suas terras e perseguidos", apontou a professora Leonilde Medeiros, uma das colaboradoras da Comissão Camponesa da Verdade.
20 de maio de 2015 11h25Por Fania Rodrigues
Do Brasil de Fato
Durante a ditadura militar, muitos camponeses foram expulsos de suas terras, perseguidos e duramente reprimidos. Para revelar fatos marcantes dessa época, a Comissão da Verdade do Rio de Janeiro e o Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA-UFRRJ) realizou, nesta terça-feira (19), na OAB/RJ, o evento Testemunho da Verdade – Conflitos no campo no Rio de Janeiro.
O objetivo foi traçar um panorama da repressão e da luta por direitos dos trabalhadores do campo durante a ditadura militar no Estado do Rio de Janeiro. Para falar sobre esse tema o Brasil de Fato entrevistou a professora e pesquisadora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Leonilde Medeiros, uma das colaboradoras da Comissão Camponesa da Verdade.
Como foi esse processo de investigação dos crimes contra camponeses? De que forma ele foi inserido na Comissão Nacional da Verdade?
Foi criado um grupo de trabalho responsável por relatar os crimes e violações contra os camponeses e indígenas. A ideia surgiu no Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, em agosto 2012. Esse grupo de trabalho recebeu o nome de Comissão Camponesa da Verdade, que aconteceu em conjunto e paralelo a Comissão Nacional da Verdade (CNV). A gente tinha um mapa muito amplo de onde buscar essas violações e o objetivo era investigar e fornecer subsídio para a CNV. E esse trabalho resultou em um relatório, protocolado na CNV, e que deve ser publicado em breve.
Qual é a dimensão dessas violações, há uma estimativa de quantos camponeses foram mortos, desaparecido, presos ou torturados?
Tem um número sim, mas nossa preocupação maior não era com a quantidade, mas em demonstrar que houve omissão do Estado e que isso é uma forma de violação de direitos humanos. Muitos camponeses foram expulsos de suas terras e perseguidos.
Quais as regiões onde houve mais violência contra a população rural?
No Rio de Janeiro, foi no literal sul Angra e Paraty. A gente identificou mais de 130 conflitos no estado, desse total mais de 40 % foram no litoral sul. Observamos que durante e depois da construção da rodovia federal Rio-Santos foram desalojados centenas de camponês nessa região. Os caiçaras, por exemplo, foram muito prejudicados. Isso tem muito a ver com os grandes investimentos turísticos e as grandes empresas que se instalaram nessa região. Queremos mostrar que durante a ditadura os camponeses foram expulsos de suas terras e que nada foi feito, esses casos não foram investigados, o governo não tomou nenhuma providência.
Esses camponeses faziam parte de alguma organização?
A maioria não, mas mesmo não existindo nenhuma organização política de esquerda, não deixou de existir violações. Queremos mostrar como a ditadura afetou o mundo do trabalho. Os camponeses perderam suas terras e seu modo de vida. Isso, sem falar das inúmeras prisões e perseguições.
As populações rurais, os camponeses organizados, foram os primeiros as serem vitimas da ditadura. Porque eles foram tão perseguidos?
Eles foram tão perseguidos quanto os sindicatos urbanos. Alguns sindicatos foram fechados, as lideranças presas. Nos lugares onde haviam pessoas da Ligas Camponesas foi onde houve mais violência contra as populações rurais. Teve muita repressão sobre as áreas mais organizadas, onde havia uma resistência. No Rio de Janeiro, os lugares que sofreram maior repressão foram a Baixada Fluminense e os municípios de Cachoeira de Macacu, Magé e Campos.
http://www.mst.org.br/2015/05/20/relatorio-mostra-violencia-no-campo-durante-a-ditadura-militar.html
19/05/2015
As heranças malditas da ditadura
por Emir Sader em 31/03/2012 às 17:50
Um regime brutal como a ditadura militar, que tratou de erradicar da sociedade e do Estado brasileiros tudo o que lhe parecesse vinculado à democracia, que se constituiu em uma ditadura de classe contra os trabalhadores e suas organizações, que tratou de ser um subimperiaismo, aliado privilegiado dos EUA na região – não poderia desaparecer sem deixar vestígios. Ainda mais que a ditadura militar brasileira não foi derrotada, como aconteceu nos países vizinhos.
Na Argentina, essa derrota se deu na tentativa desesperada dos militares de conquistar legitimidade com a aventura das guerra das Malvinas, encarnando uma justa reivindicação do povo argentino com uma bravata que terminou com uma vergonhosa derrota e retirada covarde da mesma alta oficialidade que havia mostrado sua "coragem" na repressão selvagem aos militantes da resistência popular. Sua derrota teve o efeito oposto, o de acelerar sua derrota e o fim do regime, que também por isso tem seus principais gendarmes presos, julgados e condenados.
No Uruguai e no Chile essas derrotas assumiram formas similares com referendos convocados pelas ditaduras militares para tentar perpetuar-se, em que foram derrotadas e tiveram que abrir caminho à transição para a democracia. Ali também se conseguiu reverter as anistias decretadas pelos militares e promover formas de investigação da verdade e da justiça correspondente.
No Brasil não houve algo similar. A ditadura conduziu o processo de transição à democracia, definindo suas formas e seus prazos. Conseguiu evitar as eleições diretas para presidente, impediu assim que uma eleição popular pudesse consagrar uma presidência como a de Ulysses Guimaraes, que representava de maneira mais cabal o impulso democrático acumulado pelas lutas de resistência à ditadura, para impor o mais moderado Tancredo Neves e, pelas contingências da história, terminando por ter o presidente do partido da ditadura e principal articulador contra as diretas, José Sarney, como o primeiro presidente civil desde o golpe militar.
Bastaria isso para explicar como o novo regime foi um híbrido do novo e do velho, nasceu de mais um pacto de elites na história brasileira, forjado em torno do Colégio Eleitoral e do pacto entre o PMDB e um partido nascido das costelas do regime militar, o então PFL. O anti-malufismo substituiu o anti-ditadura e quem se alinhava naquele bloco recebia o selo de "democrata", entre eles ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen. Foi um caso típico do "transformismo", caracterizado por Gramsci, em que se muda a forma de dominação para preservar seu conteúdo.
A primeira das heranças desse parto conciliador do novo regime foi seu caráter profundamente liberal, no sentido de que a reinstauração da democracia se limitou às instâncias políticas, jurídicas e institucionais. Não se promoveu a democratização econômica e social da sociedade brasileira – que, de alguma forma, estava contida no programa democrático do PMDB, que não orientou o governo Sarney. A concentração ainda maior do poder da terra, dos bancos, das grandes corporações industriais e comerciais, dos meios de comunicação, das estruturas privadas nos campos da educação, da saúde, não foram tocadas e sobreviveram como uma das mais duras heranças da ditadura para a democracia brasileira.
A ausência das derrotas políticas que caracterizaram os países vizinhos fez com que a anistia auto-decretada pela ditadura militar sobrevivesse até hoje, bloqueando a busca da verdade e impedindo que mesmo crimes inafiançáveis como a tortura ficassem impunes no Brasil. Paralelamente, os militares mantem poder de pressão sobre este e outros temas, de forma totalmente indevida numa democracia, ainda mais pelos graves danos que a alta oficialidade das FFAA produziu no país.
Outra das heranças negativas foi o modelo econômico imposto pela ditadura a ferro e fogo, que teve alguns dos seus aspectos essenciais preservados no pós-ditadura. Ja nao foi possível manter o arrocho salarial e a intervenção militar em todos os sindicatos – que fez a festa do grande empresariado e foi um dos "santos" do chamado "milagre econômico". Mas o modelo econômico voltado para a exportação e para o consumo das altas esferas do consumo se manteve, sem que se desenvolvessem amplas politicas de distribuição de renda e de ampliacao do mercado interno de consumo popular – que só viriam a ocorrer a partir do governo Lula. A marca de país mais desigual do mundo, que se havia aprofundado na ditadura e se mantido no novo regime, acompanhou a democracia brasileira como a sua grande lacra.
Uma outra herança maldita da ditadura foi a deterioração dos serviços públicos. Ao arrochar os salários dos servidores públicos e diminuir os gastos sociais, a ditadura promoveu uma degradação da escola pública e da saúde pública no Brasil. Até aquele momento esses eram espaços que agrupavam os setores populares e a classe média, numa aliança e convivência que eram parte integrante da democracia e da construção da esfera pública. Com sua deterioração, a classe media se bandeou maciçamente para a escola privada e os serviços privados de saúde, a ponto de passar a fazer parte "natural" dos seus orçamentos familiares esses gastos enormes. Enquanto isso a escola e a saúde publica passaram a ser coisa de pobre, foram se degradando, assim como as condições de trabalho e de salários dos trabalhadores da educação e da saúde.
Os meios de comunicação foram outra elemento da herança maldita deixada pela ditadura. O elemento central dessa herança foi a constituição da Globo como o principal grupo monopólico dos meios de comunicação no Brasil, com todos os privilégios que a ditadura lhe permitiu, fazendo da TV Globo praticamente o órgão oficial da ditadura. Por outro lado, impediu que outros grupos das elites dominantes - como a Abril e o JB, entre outros – pudessem disputar hegemonia com a Globo, favorecendo seu monopólio inquestionado como setor dominante da mídia privada. As outras empresas, que haviam, todas, apoiado a golpe militar, dado cobertura à selvagem repressão da ditadura, e se valido da liquidação dos órgãos que não haviam tido essa postura – como a Última Hora e, de certa forma, o Correio da Manhã -, puderam aparecer como entidades identificadas com a democracia liberal durante o período de transição e bloquear o surgimento de imprensa alternativa.
Sem esgotar os elementos dessa herança, haveria que mencionar ainda a tentativa de descaracterização do aspecto ditatorial do regime militar, presente na "teoria do autoritarismo", formulada por FHC, segundo a qual não teríamos tido uma ditadura – menos ainda militar, cujo aspecto ele sempre desconheceu nas suas análises - , mas simplesmente um "regime autoritário".
A democratização, pelas propostas de FHC se limitaria a desconcentrar o poder político em torno do executivo e desconcentrar o poder econômico em torno do Estado – aparecendo como um formulador precoce as teses neoliberais no Brasil. A teoria do autoritarismo foi a ideologia da transição conservadora no Brasil, lhe deu respaldo teórico e favoreceu a sobrevivência das heranças malditas que a ditadura deixou para a democracia brasileira.
http://cartamaior.com.br/?%2FBlog%2FBlog-do-Emir%2FAs-herancas-malditas-da-ditadura%2F2%2F27109
Filmes...
BATISMO DE SANGUE
Batismo de Sangue é um filme brasileiro, realizado em 2006 e lançado em 2007, dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton.
O filme é baseado no livro homônimo de Frei Betto que foi lançado originalmente em 1983, e foi vencedor do Prêmio Jabuti.
O filme conta a história dos frades dominicanos, que movidos por ideais cristãos, se envolvem na luta clandestina contra a ditadura militar, no final dos anos 60. São presos e torturados. Um deles, Frei Tito, é mandado para o exílio na França, onde, atormentado pelas imagens de seus carrascos, comete suicídio.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=uhBemy_vXCk
Filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=YPaycJ8ij3s
O DIA QUE DUROU 21 ANOS
"DOCUMENTÁRIOS E SÉRIES DE TV - Desde 2004 a Pequi Filmes viabiliza a captação de recursos para filmes documentários e séries de TV, através da Lei Rouanet (MinC), da Lei do Audiovisual ANCINE, Proac SP e Lei Mendonça. Todos os filmes produzidos foram exibidos em canais de TVs e em Festivais Internacionais de cinema como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Festival É Tudo Verdade, o Festival Internacional do Rio de Janeiro e em diversas mostras e festivais no exterior."
DOCUMENTÁRIO LONGA METRAGEM: "O DIA QUE DUROU 21 ANOS" (77 min)
Produção: Pequi Filmes (2012)
Exibição Nacional: Circuito comercial de salas de cinema (2013)
Teve estreia nacional nos cinemas dia 29 de março de 2013.
Sinopse: Em ritmo de espionagem, o filme revela como o governo dos EUA patrocinou e apoiou golpe militar no Brasil em 1964, derrubando o presidente eleito João Goulart. O filme traz documentos Top Secret recentemente liberados e áudios originais da Casa Branca, Departamento de Estado e da CIA, que revela como embaixador dos EUA Lincoln Gordon planejou o golpe militar com o aval dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=CfJAnKUD3K0
Filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=Nh6LE_kviXs
18/05/2015
LA MEMORIA
https://www.youtube.com/watch?v=9Q2GJQDHXEQ
Leon Gieco
Los viejos amores que no están,
la ilusión de los que perdieron,
todas las promesas que se van,
y los que en cualquier guerra se cayeron.
Todo está guardado en la memoria,
sueño de la vida y de la historia.
El engaño y la complicidad
de los genocidas que están sueltos,
el indulto y el punto final
a las bestias de aquel infierno.
Todo está guardado en la memoria,
sueño de la vida y de la historia.
La memoria despierta para herir
a los pueblos dormidos
que no la dejan vivir
libre como el viento.
Los desaparecidos que se buscan
con el color de sus nacimientos,
el hambre y la abundancia que se juntan,
el mal trato con su mal recuerdo.
Todo está clavado en la memoria,
espina de la vida y de la historia.
Dos mil comerían por un año
con lo que cuesta un minuto militar
Cuántos dejarían de ser esclavos
por el precio de una bomba al mar.
Todo está clavado en la memoria,
espina de la vida y de la historia.
La memoria pincha hasta sangrar,
a los pueblos que la amarran
y no la dejan andar
libre como el viento.
Todos los muertos de la A.M.I.A.
y los de la Embajada de Israel,
el poder secreto de las armas,
la justicia que mira y no ve.
Todo está escondido en la memoria,
refugio de la vida y de la historia.
Fue cuando se callaron las iglesias,
fue cuando el fútbol se lo comió todo,
que los padres palotinos y Angelelli
dejaron su sangre en el lodo.
Todo está escondido en la memoria,
refugio de la vida y de la historia.
La memoria estalla hasta vencer
a los pueblos que la aplastan
y que no la dejan ser
libre como el viento.
La bala a Chico Méndez en Brasil,
150.000 guatemaltecos,
los mineros que enfrentan al fusil,
represión estudiantil en México.
Todo está cargado en la memoria,
arma de la vida y de la historia.
América con almas destruidas,
los chicos que mata el escuadrón,
suplicio de Mugica por las villas,
dignidad de Rodolfo Walsh.
Todo está cargado en la memoria,
arma de la vida y de la historia.
La memoria apunta hasta matar
a los pueblos que la callan
y no la dejan volar
libre como el viento.
Ditadura militar - 50 filmes
1. O desafio (1965), Paulo César Sarraceni
http://www.youtube.com/watch?v=qD8O13DsbE4
2. Manhã cinzenta (1968), Olney São Paulo
https://www.youtube.com/watch?v=kA34LXfwBlc
3. Brazil: A Report on Torture (1971), de Haskell Wexler e Saul Landau.
https://www.youtube.com/watch?v=nBUTvK0jWfM
4. O Bom Burguês (1979), Oswaldo Caldeira (Trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=2a5PMshfugY
5. Paula: a história de uma subversiva (1979), F. Ramalho Jr.
http://www.youtube.com/watch?v=pv2ke8UmvGc
6. Eles Não Usam Black-Tie (1981), Leon Hirszman
https://www.youtube.com/watch?v=Uzl2K1bDRog
7. Pra frente, Brasil (1982), Roberto Farias
http://www.youtube.com/watch?v=rzj1_bD3BDI
8. Cabra marcado para morrer (1984), Eduardo Coutinho
https://www.youtube.com/watch?v=VJ0rKjLlR0c
9. Nunca Fomos tão Felizes (1984), Murilo Sales
http://www.youtube.com/watch?v=IPAAa8uMrps
10. Jango (1984), Silvio Tendler
https://www.youtube.com/watch?v=1O4SZQZ-ikk
11. Que Bom Te Ver Viva (1989,), Lucia Murat
http://www.youtube.com/watch?v=RSYUXUSALKU
12. Kuarup (1989), Ruy Guerra
https://www.youtube.com/watch?v=ByISRJPjo18
13. Corpo em Delito (1990), Nuno César Abreu
https://www.youtube.com/watch?v=XD7JpE3J078
14. ABC da greve (1990), Leon Hirszman
http://www.youtube.com/watch?v=lcQcBY_qvFQ&feature=youtu.be
15. Lamarca (1994), Sérgio Resende
https://www.youtube.com/watch?v=Wy1g8kRMD5Q
16. O Que É Isso, Companheiro? (1997), Bruno Barreto
https://www.youtube.com/watch?v=9_ODe6ar7ag
17. Ação Entre Amigos (1998), Beto Branthttp://filmesonlinetocadoscinefilosvideos.blogspot.com.br/…
18. Dois Córregos (1998), Carlos Reichenbach
https://www.youtube.com/watch?v=Nwd1XHnG2eY
19. Barra 68 Sem Perder a Ternura (2001), Vladimir Carvalho.
https://www.youtube.com/results?search_query=barra+68&sm=3
20. Cabra cega (2004), Toni Ventura
https://www.youtube.com/watch?v=Kjq5wz8k2C8
21. Araguaya :a Conspiração do Silêncio (2004) Ronaldo Duque
https://www.youtube.com/watch?v=SKagL2WmH-0
22. Quase dois irmãos (2004) Lúcia Murat
http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-quase-dois-irmao…
23. Memórias clandestinas (2004), Maria Thereza Azevedo
https://www.youtube.com/watch?v=j0wW2DCnN9o
24. Peões (2004), Eduardo Coutinho
https://www.youtube.com/watch?v=JEde0T13kF8
25.Memória política: Vera Silva Magalhães (2004), TV Câmara
http://www.youtube.com/watch?v=KswterhahX4&feature=youtu.be
26. Tempo de resistência (2005), André Ristun
https://www.youtube.com/watch?v=7o8z0L7t6pw
27. Vlado: 30 anos depois (2005), João Batista de Andrade
https://www.youtube.com/watch?v=pB8XCSwyOeU
28. O ano em que meus pais saíram de férias (2006), Cao Hamburguer
http://www.youtube.com/watch?v=fnrhYwuxaTs
29. Zuzu Angel (2006), Sérgio Resende
http://www.youtube.com/watch?v=duCoCVG2tt8
30. Hércules 56 (2006), Silvio Da-Rin
http://www.youtube.com/watch?v=xxPNQfNpkOo
31. Batismo de sangue (2007), Helvécio Ratton
https://www.youtube.com/watch?v=YPaycJ8ij3s
32. Brizola: Tempos de luta (2007), Tabajara Ruas
https://www.youtube.com/watch?v=NYoRqu20XW0
33. Memória Para Uso Diário (2007), Beth Formaggini
https://www.youtube.com/watch?v=Ys4781EYPBU
34. Caparaó (2007), Flavio Frederico
https://www.youtube.com/watch?v=qGlbHfG8aGA
35. Cidadão Boilesen (2009), Chaim Litewski
https://www.youtube.com/watch?v=yGxIA90xXeY
36. Em teu nome (2009), Paulo Nascimento (Trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=qNG3vdSYhnU
37. Perdão, Mister Fiel (2009) Jorge Oliveira (Trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=WVRwU7lL9zA
38. Diário de uma busca (2011), Flávia Castro (trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=CoGhWTGS8CU
39. Uma longa viagem (2011), Lucia Murat (Trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=FCKdZDIWzEk
40. Dossiê Jango (2012), Paulo Henrique Fontenelle
https://www.youtube.com/watch?v=K6a6fjZKjkw#t=15
41. Marighella (2012), de Isa Grinspum Ferraz
http://www.youtube.com/watch?v=7Mw386dVhcY
42. O dia que durou 21 anos (2012), Camilo Tavares
http://www.youtube.com/watch?v=vmBcNWVf1VU
43. Memórias do Chumbo - O Futebol nos Tempos do Condor: BRASIL (2012).Lúcio de Castro/ESPN
http://www.youtube.com/watch?v=cViE1fZ3tzA
44. Memórias do Chumbo - Argentina (2012). Lúcio de Castro/ESPN
http://www.youtube.com/watch?v=cCb_UjiskbA
45. Memórias do Chumbo - Uruguai (2012), Lúcio de Castro/ESPN
https://www.youtube.com/watch?v=PBB6YQEbSwg
46. Memórias do Chumbo - Chile (2012), Lúcio de Castro/ESPN
https://www.youtube.com/watch?v=jsoL-tQQuX4
47. Cara ou coroa (2012), Ugo Giorgetti
https://www.youtube.com/watch?v=44MNkZbOd7w
48. Repare bem (2012), Maria de Medeiros (Trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=-NOXy98mGTI
49. A memória que me contam (2012), de Lúcia Murat
http://migre.me/hwmYm
50. Em busca de Iara (2013), Carlos Frederico ((Trailer -Nos cinemas desde 27 de março)
https://www.youtube.com/watch?v=6mAJEQST8ZU
Filmes e documentários sobre a ditadura
http://www.youtube.com/watch?v=gm_8Fc9B6V0
Jango:
https://www.youtube.com/watch?v=1O4SZQZ-ikk
Utopia e Barbárie:
http://www.youtube.com/watch?v=4QoTj0AFgeM
Três irmãos de sangue:
http://www.youtube.com/watch?v=MtDlevnOgh0
Ditadura - Tempo de Resistência:
http://www.youtube.com/watch…
15 Filhos de Guerrilheiros Brasileiros falam de suas vidas em meio à Ditadura:
http://youtu.be/Y2RTk-4NK10
Contos da Resistência:
http://youtu.be/eCq0qXSD034
Cidadão Boilesen - Um dos Empresários que Financiou a Tortura no Brasil:
http://youtu.be/NBuIXQUgPpg
Memórias do Chumbo - O Futebol nos Tempos da Ditadura:http://youtu.be/y5Nn3HRWmKo
Dom Paulo Evaristo Arns: Coragem e Fé: http://youtu.be/2kxasML2nVg
Cidadão Wright: uma História de Luta, perseguição e morte na Ditadura Militar: http://youtu.be/8uEfbCv8BTw
Operação Condor - TV Brasil: http://youtu.be/XZ11FsyzAS0
A Grande Partida - Anos de Chumbo: http://youtu.be/0vTLJRkdFIc
A Imprensa Paulista na Ditadura (1964-1985):http://youtu.be/SwZ8GGmPfZw
Contos da Resistência - Estudantes e Igreja: http://youtu.be/z390rPTirOM
Depoimentos sobre a Ditadura Militar Brasileira - 1971:http://youtu.be/nBUTvK0jWfM
Operação Condor - Documentário Completo:http://youtu.be/TNTc708xdPA
Hércules 56 - Documentário Completo: http://youtu.be/ZbHFF_rL3Q4
Memória Política - Vera Sílvia Magalhães: http://youtu.be/KswterhahX4
Tortura até Quando?: http://youtu.be/ujoqZosCqYY
Muito Além do Cidadão Kane - A Verdadeira História da Rede Globo:http://youtu.be/5i3VIf7ydnc
ABC da Greve - 1979: http://youtu.be/lcQcBY_qvFQilm